segunda-feira, 4 de março de 2013

6 Graus de Separação, resultados de investigação




   A questão sobre o número de degraus de separação nas redes sociais atuais nasce a partir das perguntas, deixadas por responder, do trabalho matemático "Contacts and Influences" do matemático Manfred Kochen e do cientista político Ithiel de Sola Pool, realizado na Universidade de Paris, no início da década de 50. Tais perguntas despertaram o interesse de Stanley Milgram, psicólogo social, levando-o a realizar, em 1967, as experiências publicadas, e fortemente publicitadas, na revista Psychology Today sob o artigo “The Small World Problem”.
  Milgram procurava, através desta experiência, descobrir mais sobre a probabilidade de duas quaisquer pessoas se conhecerem. Decidiu criar linhas de correspondência entre indivíduos “aleatoriamente” selecionados e um indivíduo alvo. O propósito de tais linhas seria a transmissão de uma carta sob a regra de apenas ser enviada a alguém que o emissor tratasse pelo primeiro nome. O emissor era também instruído a passar a carta a quem achasse que teria mais chance de a fazer chegar ao destinatário intendido com sucesso. Surge então o primeiro problema com esta experiência, a possível falha de conhecimento probabilístico dos emissores em relação à melhor escolha possível, de entre os seus amigos, poderá gerar casos onde a carta será enviada pelo caminho mais longo, abrindo a possibilidade de sobrestimação dos valores obtidos, consequencialmente subindo a média do comprimento das linhas. Para a realização da experiência foram escolhidos indivíduos das cidades de Omaha e Wichita, pela sua distância cultural e geográfica do alvo em Boston. No entanto, a aleatoriedade destes indivíduos é questionável, pois o seu método de seleção, um anúncio requisitando pessoas que se considerassem bem conectadas, favorece o voluntariado de um tipo de personalidade.
  Aquando da chegada das cartas ao destinatário procedia-se à contagem do número de intermediários que haviam contribuído para aquela linha de correspondência. As medições variavam desde uma ou duas trocas até linhas onde haviam sido necessários nove e dez paços. O cálculo da média dos resultados obtidos aproximava-se de 6, nascendo a base para este conceito de “6 graus de separação”.
  Noto outro problema fundamental com esta experiência no facto de 232 das 296 cartas enviadas nunca terem chegado ao destinatário intendido por razões como a simples falha de cooperação de um elemento, possibilitando a sub-representação de linhas de correspondência maiores pelo simples aumento, proporcional com o aumento do número de paços, da probabilidade de encontro de um (possível) intermediário que se recuse a cooperar com a experiência.

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